14 de junho de 2011

Nos entretantos...



"São 0:56, o rádio está ligado, pois já me cansei da televisão, dou voltas na cama de um lado para o outro, não consigo dormir. A minha cabeça não pára de pensar nem um minuto, quero dormir, quero descansar, parar de pensar em coisas que não valem a pena, parar de vasculhar em coisas que já lá vão e que não merecem a minha preocupação. Tenho-me sentido um pouco sozinha e talvez seja por isso que o meu pensamento percorre o meu passado e me deixa com um aperto no peito de tanta saudade, uma vontade enorme de voltar atrás e mudar pequenos pormenores que podiam ter feito toda a diferença. É engraçado como as coisas nos parecem tão fáceis quando olhamos para elas de longe. No presente tudo muda e tudo se torna difícil. Acredito que cada um tem o seu destino e o meu é este. Tenho a minha família, a minha Larinha, os meus amigos, o meu gatinho, o meu VITÓRIA, o meu curso, a minha fé. Falta alguma coisa? Há sempre algo de que se sente falta. Esse algo és tu. Mas quem és tu? Não sei, mas um dia hei-de descobrir, se tu verdadeiramente existires. Entretanto, são 1:10 e está a dar a música que eu ouvia todos os dias de manhã quando entrava ne camioneta. O sono não chega. Adoro dormir mas sinto que é uma perda de tempo. Tantas coisas que se podiam fazer durante estas horas todas. Enfim...


Porque é que custa tanto crescer? Porque é que o peso das responsabilidades me assusta? Não quero, não me sinto preparada para o mundo adulto. Tenho medo, muito medo de ficar sozinha, de perder mais alguém, de tomar decisões erradas, de desiludir a minha família e os meus amigos, de não conseguir realizar os meus sonhos. Eu já nem sei quais são os meus sonhos. Sonho com o Vitória campeão, com o meu curso tirado, com a minha especialização conseguida, com a minha família ao meu lado sempre, com uma vida menos complicada, com os meus amigos sempre aqui, com um salto de pára-quedas, com um concerto da Beyoncé ou do Bruno Mars ao vivo, com uma profissão estável e promissora, com a carta de condução, com um computador novo, com o meu casamento, com um marido amigo e cinco filhos...eu sei lá mais. Às vezes detesto-me por sonhar tanto, depois quando desco à realidade sinto-me tão à parte, mas pronto. Sara rima com sonhar em algum canto do mundo e esse canto é aqui. Na Rua de Santa Eulália, na grande freguesia de Tabuadelo. Por falar em Tabuadelo hoje ainda não saí à rua. Vida sedentária a minha. Quero entrar para um ginásio. E dinheiro? Ah bom, deixa-te estar então! Eu faço as perguntas e dou as resposta, sempre gostei desta minha capacidade. São 1:26 e o sono já começa a chegar...isto resulta. Escrever dá-me calma. Mesmo quando não se escreve nada de jeito, como é o caso, fica-se com uma sensação de leveza, uma sensação agradável. Qualquer dia escrevo um livro. Não devia ter grande sucesso, mas ao menos ficava bem comigo própria e já podia dormir em paz, como agora. Kiss SO"

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